segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

A RUA DOS CATAVENTOS

Da vez primeira em que me assassinaram,
Perdi um jeito de sorrir que eu tinha.
Depois, a cada vez que me mataram,
Foram levando qualquer coisa minha.

Hoje, dos meu cadáveres eu sou
O mais desnudo, o que não tem mais nada.
Arde um toco de Vela amarelada,
Como único bem que me ficou.

Vinde! Corvos, chacais, ladrões de estrada!
Pois dessa mão avaramente adunca
Não haverão de arracar a luz sagrada!

Aves da noite! Asas do horror! Voejai!
Que a luz trêmula e triste como um ai,
A luz de um morto não se apaga nunca!

Mario Quintana

domingo, 23 de janeiro de 2011

MUDAR E SEGUIR


Mudar
Fazer
Sentir
Agir
Aceder
Ceder
Pedir
Querer
Mostrar
Saber
Dar
Receber
Dizer
Ouvir
SORRIR
... e Seguir...

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

5 anos. Obrigado!



PAssaram cinco anos. Parece que foi ontem. Renasci. Reabri os olhos. Reenxerguei. Levantei-me de novo. Vi de novo. Senti de novo. Senti. Parece que foi ontem. E esta "coisa" de sentir tem tanto que se lhe diga. Sentir é olhar para dentro. Sentir é deixar sair da alma para nós. É saber apanhar os golpes, gozar as gargalhadas, deixar correr lágrimas, pedir ajuda, saber ser anão nos medos e gigante nos sonhos. Sem trasgredir com o nosso íntimo. Sem nos magoarmos. Sem nos escondermos de nós. Saber perdoar e pedir perdão. Voltar atrás e corrigir. Ilibar inocentes. Assumir culpas e glórias com igual prontidão. Saber falhar e saber vencer. Respeitar. Pedir respeito. Saber esperar. Ouvir. Conseguir duvidar de nós mesmo quando temos toda a razão. Sair fora e olhar para nós de cima. Sentir é estar cá. Sentir é ser verdadeiro. Verdadeiro para mim. Com os meus defeitos e qualidades. E aceitar que sou preto e branco mas não nem nunca cinzento. E vale a pena e quero mais cinco e mais dez e mais vinte. Mas sempre de um em um. Porque um ano é feito de 365 Uns.
Por tudo isto valeu e vale a pena. Por tudo isto quero mais. E como detesto aquelas frases tipo "vive hoje como se não houvesse amanhã" e mais aquelas do tipo das pedras do caminho para fazer castelos e afins, só lhes digo (e esta é minha)
- Tanto andei e procurei e quis saber e experimentar e fui aqui e além e tudo o que preciso e sempre quis e procurei para estar bem está aqui dentro de mim.
A felicidade vem de dentro para fora e não ao contrário.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Os três pastorinhos e a Glória dos anjos rosados


Os três pastorinhos trabalharam nos campos arduamente todo o ano. No fim, pelos dias do Natal, Nossa Senhora apareceu-lhes. Mas, só dois pastorinhos a conseguiam ver. O outro não enxergava tamanha santidade. Ela prometeu-lhes milagres e previu-lhes futuros risonhos. Mas que não contassem ao terceiro. Pois ele era descrente na santidade das santas. Nunca poderia ele aspirar ao reino celestial por elas idealizado. Por elas prometido. Onde elas passam de andor, às costas dos pastores, fazendo milagres que só elas vêem. Mas como falam muito neles, os pastores chegam a acreditar. Os pastores sempre andavam unidos e confiavam uns nos outros. Dependiam uns dos outros. E por vezes, a força dos três juntos, não era suficiente para levar a bom termo as empresas que tomavam em suas mãos. Assim, foi-lhes prometido, a dois, que as empresas seriam de melhor resultado. Que deles seria a glória e que a Glória estaria sempre com eles. Mas, que renegassem o terceiro. Que esse os acompanhasse em silêncio. Porque esse nunca sentiria a força da Glória do seu lado. Porque esse seria transparente, translúcido, invisível e toda a sua obra esquecida. Tudo por falta de fé na Glória e nos anjos rosados.
No fim do dia, quando os pastores foram rezar. Os dois que viam a senhora rezaram a ela e aos anjos rosados e o terceiro, o que não via, pensou na força da amizade e do amor e de como tinha sorte por tê-los em sua vida.
Concretamente, eram os três pastores, eram os três companheiros, eram amigos. Só que dois passaram, a partir desse dia, a acreditar em santas e em anjos rosados. O terceiro, acreditava e rezava pelas pessoas.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

I shall not kneal before the cows


Já conheço o processo de cor e salteado. Mas custa sempre. Engolir sapos, tartarugas das galápagos, elefantes,... como custa.
Ora toma lá. Assim mesmo. Não mereces nem uma palavra. Engole esta. Porque sim. Porque achamos que sim. Porque embora faças sei lá o quê, achamos por unanimidade que o merecias. Porque nos faz crescer ver-te assim. Ajoelha-te porco infiel. Verga-te a nós. Baixa a cabeça. Pede licença. Rasteja até nós. Abandona o quarto de costas para a porta. Agradece a nossa iluminação. Prosta-te perante a nossa imensurável luz e saber. Suplica-nos. Treme perante nossa omnipotência. E no final de tudo, agradece por te pouparmos. Ou então sofre óh porco infiel. Renegado. Bastardo. Sofre e engole o nosso fel.
E o cavaleiro bebeu o fel. E o cavaleiro olho-as nos olhos enquanto o fazia. No final perguntou se havia mais.