sexta-feira, 26 de março de 2010

Ainda vamos aqui...

Grande País este. Estamos na cauda da Europa. Andamos há quase 40 anos nesta lenga-lenga. Não avança isto. Tivemos uma Democracia de meia dúzia de meses e depois, mais nada. Sá Carneiro desapareceu e, com ele, a esperança de uma verdadeira mudança neste País. Começaram as lutas, as intrigas, os interesses. Os que estavam, os que por ali andavam e os que vieram e os que sempre estiveram. O povo, passados quase 40 anos, está na mesma praticamente. Com a Democracia, com a Economia, o Capitalismo, os Direitos, as regalias..., enfim. Uma desilução, quanto a mim. Tantos políticos que temos e tivemos e que são, segundo os das mesmas fileiras a que eles próprios pertencem, dos melhores que a Europa tem. O Mundo. Então, Porque estamos assim?
E agora após 10 anos de congelamentos e retenções e inflações, e penalizações, regressões, metas difíceis, temos o PEC.
O PEC.
Mais do mesmo.
Nas nossas barbas, (dos que se contêm, dos que se sacrificam, dos que trabalham todo o dia, dos que prestam contas do seu trabalho, dos seus rendimentos, dos que quase não têm tempo para ter filhos, dos que aguardam que o seu ordenado possa ser pelo menos igual à inflação, etc), repastelam-se os grandes em comissões chorudas, em bónus, em tachos, em perniciosidades estranhas.
O exemplo tem que vir de cima. Sempre foi assim. E não vem.
A Justiça deturpa-se a cada dia que passa. Os criminosos escondem-se por detrás dos vícios da constituição. Eles conhecem-nos bem. Os criminosos. Os criminosos foram estudar ou mandaram estudar os filhos ou emissários. Estão cada vez mais sofisticados. Têm patrocínios, influências, benesses. Estão em todo o lado. E usam toda a gente que podem. Ultrapassam e atropelam todos no seu caminho. São também políticos. Políticos que nós elegemos. Que elegemos porque prometem coisas que raramente cumprem. Porque nós permitimos.
Os Portugueses, se tivessem derramado sangue em vez de atirarem cravos, davam mais valor à Liberdade e à Democracia.
Enquanto forem os velhos a colherem os louros pelo trabalho feito pelos mais novos, este País não avança.
Não avança porque os mais velhos têm dificuldade em compreender como é que o mundo mudou.
Tenho medo da raiva colectiva que silenciosamente se instala no coração dos Portugueses.
Mas por outro lado, saímos sempre mais fortes e unidos depois de se ultrapassar uma adversidade.
Que se estique a corda, que se enfrentem as consequências, que se derrame na rua as mágoas de anos de dor mas, depois, não se esqueçam de apurar responsabilidades e de escreve-las nos livros de História.