quinta-feira, 1 de abril de 2010

O Super-Jornalista

O Super-Jornalista dorme muito.
Fá-lo acordar o cheiro a sangue.
Move-o a intriga fácil.
Arranca-se da cama de palha.
Pequeno-almoço, um copo de fel com grandiosidade torrada.
Sai para caçar por perto. Sempre por perto.
Longe, só se o fedor da linfa o justificar.
Sua agenda repleta de “items” de desprezo será escrupulosamente cumprida.
No fim do dia, um sorriso de rancor e espuma a fluir pelo canto da boca.
Raiva de ser Super dentro de um bule.
E como todos têm culpa menos ele.
Vira-se para a vítima de “tout les jours”- sa femme: “Vou-te comer!”
E come-a.
No fim arrota e adormece com sangue na garganta.
E com ronco de porco preto da serra.


*dedicado ao jornalista responsável por deturpar os acontecimentos no concelho de São Vicente, por um dos nossos orgãos de comunicação social.