quarta-feira, 30 de junho de 2010

Amigos de S. Vicente

Passei alguns dos melhores anos da minha vida na Madeira, embora creia os melhores ainda estejam para vir (cultivamos sempre essa esperança). Na Madeira, quer dizer em S. Vicente. E na Madalena, não posso esquecer. Conheci bons amigos, vejo-os menos de que gostaria. O Mr Jack e Mr. Hide do Facebook têm ajudado ao reatar da conversa com mais regularidade. Hoje estive a falar com o Nuno. Convidei-me para o blog. Não consegui resistir. Não chega receber notificações das grutas de S. Vicente. Quero falar de S. Vicente. Isso ajuda-me a ficar mais próximo. Dos amigos e do "calhau". Obrigado, Nuno.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Take the long way home



Estou "limpo" de drogas há 5 anos. Álcool, já há uns 8 anos que nem toco. Por auto-preservação. Tenho medo. Tenho medo de alguns ambientes. Tenho medo de andar insatisfeito. Tenho medo de me enervar. Tenho medo de me irritar. Tenho medo de sentir impotência e desrespeito.
Tenho medo porque sei onde posso ir buscar a armadura ideal. E ela está lá à minha espera. Sempre e sem condições senão as dela. Faço o que quero. Como quero. Não temo ninguém. Posso tudo. Se não me respeitarem, pelo menos temem-me.
Só não escolho vesti-la porque o preço é demasiado elevado. Perco-me a mim. Esqueço-me de quem sou. Esqueço-me de sentir as coisas boas (porque não se sentem as más, mas as boas também não). Perco a alegria. A minha e a dos outros de quem gosto.
É como se andasse sempre com uma balança. A pesar os ganhos e as perdas.
Um esforço sempre para quando me lembro das drogas - Lembrar-me da parte má, que é 23 horas em 24, por dia.
É uma luta que temo seja para sempre. Enfrentar as coisas de frente e não ir a correr para aquele buraco onde me habituei a refugiar e onde ninguém e nem nada me pode tocar.
Esta é a luta dum "drogado" que não o quer ser. De qualquer um. Porque temos que escolher sempre o caminho mais difícil. Porque a fuga mais fácil, nós conhecemos bem e seduz-nos sempre. Uns dias mais do que noutros.
Minha família voltou a sorrir. Os meus amigos também. E eu também.
"concedei-me senhor a serenidade para aceitar as coisas que não posso modificar, a coragem para mudar aquelas que eu posso e a sabedoria, para distinguir umas das outras".