segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Le chef



Apressou-se nos últimos temperos sem falsear a receita. Estava pronto o jantar. O aroma era celestial. Pronto a servir àqueles que nada tinham. Fazia-o por gosto. Não gostava menos, mas doia-lhe, quando os via atirar a comida para o chão. Depois do seu dia, ía fazer o dia deles. E eles, estavam-se nas tintas. MAs ele não. Ele estava ali sempre com a mesma vontade. Dar. E eles? Eles cospem-lhe o carinho sem se aperceberem que é dele que vivem. Estão mais confortáveis nas sobras dos caixotes. Até porque os caixotes não pedem quaisquer compromissos.

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